Hackers chineses terão afetado milhões de pessoas através de uma campanha de ciberespionagem
Março 25, 2024Recolha de dados biométricos da Worldcoin está proibida em Portugal durante 90 dias
Março 26, 2024Zhao Bentang explica que a empresa chinesa está presente em Portugal há mais de 20 anos, com uma “relação muito boa de benefícios partilhados” e contribuindo para o “desenvolvimento das telecomunicações”. Porém, no ano passado foram impostos limites a empresas de fora da União Europeia, da NATO e da OCDE que “não assinaram o documento de proteção de conhecimentos de Portugal”. A entrevista foi concedida à agência Lusa e publicada a 23 de março.
“Durante os 20 anos de negócios da Huawei em Portugal não existiram nenhuns riscos ou problemas na tecnologia e segurança. O parceiro português da Huawei também está muito satisfeito com os resultados. Por isso, o documento (de limitação de participação no 5G) aumenta a incerteza e mudança para a Huawei para fazer negócios em Portugal”, notou o diplomata, que fez eco das preocupações de “amigos portugueses”: “Se a Huawei não puder fazer negócios de 5G em Portugal”, este processo “será influenciado e até parado”.
Nesse cenário, “Portugal precisa de trocar para outras tecnologias, outros projetos, outros produtos na área do 5G, e isso vai causar muito prejuízo”, que “pode ultrapassar mais de mil milhões de euros”, disse ainda o embaixador, manifestando a “muita preocupação” com o caso.
Zhao Bentang frisou que o “assunto causa choque para as empresas portuguesas e até para os clientes portugueses”, uma vez que “muitas empresas precisam dos negócios” do 5G da Huawei para se desenvolver e face a incerteza também sobre o desenvolvimento das tecnologias.
[related-post id=”360749″ post_type=”post” /]Em setembro de 2023, a Comissão Europeia disse caber aos Estados-membros da União Europeia (UE) decidir que fabricantes excluir do desenvolvimento das redes móveis de quinta geração (5G).
O comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, sublinhou que a decisão sobre excluir empresas específicas compete aos países-membros, caso de Portugal, considerando que “a Huawei tem algumas partes de equipamento que não têm qualquer problema, mas outras podem ter algum problema” para a segurança das comunicações.
Dias antes das declarações do comissário europeu, a Huawei tinha confirmado a apresentação de uma ação administrativa no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa contra a deliberação sobre equipamentos 5G, emitida pela Comissão de Avaliação de Segurança (CAS).
Em maio do ano passado, a CAS, no âmbito do Conselho Superior de Segurança do Ciberespaço, divulgou uma deliberação sobre o “alto risco” para a segurança das redes e de serviços 5G do uso de equipamentos de fornecedores que, entre outros critérios, sejam de fora da UE, NATO ou OCDE e que “o ordenamento jurídico do país em que está domiciliado” ou ligado “permita que o Governo exerça controlo, interferência ou pressão sobre as suas atividades a operar em países terceiros”. O documento completo pode ser consultado online, em PDF.
Assumida como uma prioridade europeia, a aposta no 5G já motivou também preocupações com a cibersegurança, com a Huawei a estar no centro de polémica por alegada espionagem em equipamentos 5G, o que a tecnológica tem vindo a rejeitar, reiterando a falta de provas.